Cartas do Submundo #02

Sobre momentos oceânicos, viajar e viver a vida

me adoro de um jeito que não
me adoro distraída
me adoro relaxada
me adoro depois da praia
mas eu não sou todo dia depois da praia
mas me adoro desse jeito que não sou
como faz para se tornar todo dia
de um jeito depois da praia?
- Letrux (Tudo que já nadei)

Nesse último final de semana vivi uma vida que gosto muito, a vida de praia: banho de mar, cabelo de sal, corpo de areia e, sinceramente, tem sido bem difícil retornar ao “mundo real”. As vezes essa vida não me parece muito real, parece rasa como uma piscina, principalmente depois de experimentar a profundidade do oceano, viver dias de ócio e gozo das coisas boas do mundo.

Em uma troca de cartas entre Freud e o escritor Romain Rolland, surgiu o termo “sentimento oceânico”, ou “momento oceânico”, usado pra descrever uma sensação de infinito, completude, alinhamento cósmico, quase um nirvana consciente. Quando você desliga de tudo que é objetivo ao seu redor e se funde com o momento, sendo um só com a vida naquele instante. Entendo porque Rolland deu esse nome, oceânico.